Direcção Nacional de Florestas
˝A gestão florestal sustentável nas terras áridas centra-se na conservação e uso racional dos recursos florestais para manter os benefícios económicos, sociais e ambientais, adaptando técnicas de maneio a ambientes secos que possuem ecossistemas frágeis. A implementação de técnicas como o plantio de espécies resistentes à seca, a conservação da água, o combate à erosão e o envolvimento das comunidades locais são fundamentais para garantir a perpetuidade desses recursos e a saúde do ecossistema árido˝.
Estas foram as palavras do Secretário de Estado do Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas, Gustavo Sobrinho Djedje, durante a cerimónia de abertura do Terceiro Seminário Regional do Programa de Impacto em Paisagens Sustentáveis de Terras Áridas, evento que decorre em Maputo entre os dias 29 de Setembro a 3 de Outubro do corrente ano.
Ainda de acordo com Gustavo Djedje, o Programa de Impacto em Paisagens Sustentáveis em Terras Áridas (DSL-IP), financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial, representa uma resposta multilateral exemplar. Em Moçambique, o programa apoia intervenções no corredor de Maputo, promovendo agroecologia, reflorestamento e uso eficiente de água, beneficiando agricultores familiares, mulheres rurais, jovens e comunidades vulneráveis.
De acordo com Patrice Talla, Coordenador Sub-Regional da FAO para a África Austral, é inspirador participar em seminários deste género com intervenientes de toda a região e além, pois somos lembrados de que os terras secas do Sul de África não são apenas ecologicamente vastas mas também estrategicamente críticas para a resiliência e desenvolvimento regional.
Ainda seundo Patrice Talla, O papel da FAO é apoiar este processo através de expertise técnica, recursos financeiros e promovendo parcerias transformadoras inclusivas e baseadas em evidências. ˝Estamos a investir em ferramentas de avaliação espacial, a promover práticas sustentáveis de gestão florestal e do solo, e a reforçar as cadeias de valor em zonas áridas para garantir que os esforços de restauração se traduzam em benefícios reais para as comunidades˝. Disse Talla
Por outro lado, Asha Bobb-Semple Especialista Ambiental do Fundo Global para o Meio Ambiente, a urgência do trabalho é evidente. As zonas áridas enfrentam pressões imensas, mas também possuem um potencial tremendo. Através da restauração estratégica, políticas harmonizadas e colaboração transfronteiriça reforçada, pode-se transformar paisagens degradadas em ecossistemas resilientes, proteger e revitalizar a biodiversidade, melhorar a adaptação às alterações climáticas e melhorar os meios de subsistência de milhões de pessoas.
˝Este workshop chega num momento oportuno, quando a gestão sustentável dos recursos naturais da nossa região, particularmente os ecossistemas Miombo-Mopane, é mais crítica do que nunca. Estes ecossistemas constituem tanto a espinha dorsal ambiental quanto socioeconómica da África Austral, proporcionando meios de subsistência a milhões de pessoas e sustentando a estabilidade dos nossos sistemas de alimentação, água e clima˝. Disse Sibongile Mavimbela, Oficial de Programas – Florestas, Direção de Alimentação, Agricultura e Recursos Naturais da SADC.